24/10/2025
Exercício também é tratamento: o poder do exercício contra o câncer
Quando pensamos em pesquisa clínica, geralmente lembramos de novos medicamentos. Mas a ciência vai muito além disso e o Instituto Projeto Cura está aqui justamente para ampliar esse entendimento, compartilhando informações sobre a importância das pesquisas clínicas e como elas transformam a vida das pessoas.
Pesquisas não se restringem a testes de remédios: elas também podem investigar mudanças de hábitos, como a prática de atividade física, a alimentação e o bem-estar. E os resultados mostram que esses cuidados têm um impacto enorme na qualidade de vida e até na sobrevivência de pessoas com câncer.
Um exemplo recente vem do Challenge Trial, estudo canadense liderado pelo Dr. Christopher M. Booth, da Queen’s University, que comprovou que o exercício físico supervisionado pode reduzir o risco de o câncer de cólon voltar e aumentar a chance de viver mais tempo.
Ou seja: não só os medicamentos salvam vidas — o movimento, a informação e a mudança de estilo de vida também fazem parte do tratamento.
Como foi feito o estudo
- Participaram pacientes com câncer de cólon que já haviam concluído a cirurgia e a quimioterapia.
- Eles foram divididos em dois grupos:
- Controle: receberam apenas um livreto com dicas de vida saudável e incentivo à prática de atividade física.
- Exercício supervisionado: receberam o mesmo livreto, mas também tiveram acompanhamento de um consultor de atividade física por três anos.
Esse acompanhamento ajudava os pacientes a planejar metas, organizar o tempo e aumentar gradualmente a frequência de exercícios — como caminhada, bicicleta, corrida e natação — mantendo a prática ao longo do tempo.
O que o estudo mostrou
Os pacientes que participaram do programa estruturado de exercícios:
- Aumentaram seu condicionamento físico (testes de caminhada e capacidade respiratória).
- Melhoraram a qualidade de vida e a disposição no dia a dia.
- Tiveram 28% de redução no risco de recorrência do câncer.
- Viveram 37% mais tempo.
Em números práticos:
- Para cada 16 pessoas que seguiram o programa, 1 evitou a volta do câncer.
- Para cada 14, 1 vida foi salva.
Efeitos colaterais:
Não houve problemas graves — apenas um leve aumento no risco de lesões musculares, algo comum em quem inicia uma rotina de exercícios.
Conclusão
O estudo mostrou, de forma inédita, que o exercício físico supervisionado deve fazer parte do tratamento padrão para pacientes com câncer de cólon. Para que esse benefício chegue a todos, é essencial que hospitais, profissionais e sistemas de saúde ofereçam programas estruturados de atividade física como parte do cuidado oncológico.
O Instituto Projeto Cura reforça a importância de divulgar esse tipo de evidência científica. Afinal, pesquisa clínica é também sobre qualidade de vida — sobre entender como diferentes abordagens, medicamentosas ou comportamentais, podem ajudar pacientes com câncer a viver melhor e por mais tempo.
Confira o estudo completo: Challenge Trial – Journal of Clinical Oncology

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